De acordo
com dados de 2012, em Portugal cerca de um milhão de toneladas de alimentos por
ano, cerca de 17% do que é produzido, vai para o lixo, e nos 28 Estados Membros
da UE a produção anual de resíduos alimentares ronda os 89 milhões de
toneladas, estimando a UE que possa chegar a 126 milhões de toneladas em 2020.
Na Europa 30%
dos produtos horto-frutícolas vão para o
lixo!
Para que
medidas importantes para a resolução deste problema sejam tomadas, o Parlamento
Europeu propôs, e foi aprovado, que o ano de 2014 fosse declarado como o Ano
Europeu contra o Desperdício Alimentar.
Este é um
problema que atingiu proporções mundiais e que abrange várias dimensões, desde
o campo até à mesa dos consumidores.
A
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que
o desperdício alimentar nos países industrializados ascende a 1,3 mil milhões
de toneladas. Um terço dos alimentos produzidos “desaparece” ou vai para o
lixo!. Segundo José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO, «cada um de nós
tem um papel a cumprir. A começar com o ridículo fenómeno, nos países ricos, de
não comprar vegetais imperfeitos …. e o excesso de zelo na observação dos prazos
de validade também contribui para o desperdício de grandes quantidades de
alimentos.»
Um dado
curioso é o de que os países ricos desperdiçam na fase do consumo, enquanto os
países em desenvolvimento desperdiçam durante a produção, pelo que no caso dos
primeiros, onde Portugal se inclui, o principal comportamento de mudança está
nas mãos dos consumidores.
A
problemática do desperdício vai muito para além dos impactos sociais (925
milhões de pessoas no mundo em risco de subnutrição) ou mesmo económicos, pois
todos os anos a produção destes alimentos que acabam no lixo exerce pressões
enormes em recursos naturais como a água, o solo, ou no consumo de energia, na
manutenção da biodiversidade ou na qualidade do ar.
A
valorização dos resíduos orgânicos em casa, através da compostagem, o cultivo
doméstico de alimentos, a procura de uma alimentação saudável e sustentável, a
promoção do consumo responsável ou até mesmo criatividade na nossa
alimentação são um
contributo para o combate ao desperdício alimentar, pois como referido, um dos
principais papéis cabe ao consumidor.
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